Não tenho nada com isso...
mas acabo por ter
Mão amiga e desinteressada levou-me, esta manhã, ao blog “ordem na ordem”, blog da candidatura dita “José António Barreiros” ao Conselho Superior da Ordem dos Advogados.
Despi há muitos anos a toga e hoje nada me liga ao universo da advocacia, excepção feita de umas dúzias de amigos, quase todos do meu curso. Não voto, desconheço ou conheço mal as actuais candidaturas, o perfil dos principais candidatos, as linhas de força dos programas.
Todavia, nunca deixamos inteiramente a profissão. Sobretudo se em algum momento o seu exercício nos pareceu exaltante ou arriscado como era o caso antes de 1974 sobretudo quando se patrocinavam réus acusados de actividades políticas. Proibidas, claro.
Talvez por isso, comecei a sentir alguma curiosidade quanto a estas próximas eleições para a Direcção da Ordem. É que, uma vez sem exemplo, verifiquei que havia uma candidatura autónoma e solitária para o Conselho Superior. Havia pois um grupo de advogados, independentes das candidaturas a Bastonário e restantes órgãos que entendiam dever criar uma lista só para aquele órgão, órgão discreto, diga-se mas de relevante importância para quem conheça os conflitos e problemas que de quando em quando surgem na profissão. Mais ainda: uma candidatura assim, desligada do poder sobre a ordem, além de interessante e inovadora, poderia conferir um sinal muito forte de independência à vida da própria Ordem.
Tudo isso me foi passando pela cabeça enquanto me enfronhava na leitura dos curricula dos candidatos e espreitava as propostas desta singular tomada de posição.
Não voto, como já disse. Pela primeira vez, acaso a última (esperemos bem que não) tenho pena de o não poder fazer. É que seria a primeira vez em que a razão e o coração se dariam mãos. E apesar de um voto ser só um voto, e ter pois essa mínima relevância num universo eleitoral de muitos milhares, teria ao depositá-lo na urna esse pequeno acesso de paz interior e de dever cumprido. Teria obviamente votado no José António Barreiros e na sua quixotesca tentativa de trazer um pouco mais de claridade e de clareza a uma Ordem que bem precisa disso para poder continuar a representar uma profissão e uma função de indesmentível nobreza.
Fica pois e só um abraço de admiração a este grupo de ex-colegas inconformados. Tarde ou cedo terão razão. Bom seria que a tivessem já.
a ilustração: como não podia deixar de ser Honoré Daumier!
mas acabo por ter
Mão amiga e desinteressada levou-me, esta manhã, ao blog “ordem na ordem”, blog da candidatura dita “José António Barreiros” ao Conselho Superior da Ordem dos Advogados.
Despi há muitos anos a toga e hoje nada me liga ao universo da advocacia, excepção feita de umas dúzias de amigos, quase todos do meu curso. Não voto, desconheço ou conheço mal as actuais candidaturas, o perfil dos principais candidatos, as linhas de força dos programas.
Todavia, nunca deixamos inteiramente a profissão. Sobretudo se em algum momento o seu exercício nos pareceu exaltante ou arriscado como era o caso antes de 1974 sobretudo quando se patrocinavam réus acusados de actividades políticas. Proibidas, claro.
Talvez por isso, comecei a sentir alguma curiosidade quanto a estas próximas eleições para a Direcção da Ordem. É que, uma vez sem exemplo, verifiquei que havia uma candidatura autónoma e solitária para o Conselho Superior. Havia pois um grupo de advogados, independentes das candidaturas a Bastonário e restantes órgãos que entendiam dever criar uma lista só para aquele órgão, órgão discreto, diga-se mas de relevante importância para quem conheça os conflitos e problemas que de quando em quando surgem na profissão. Mais ainda: uma candidatura assim, desligada do poder sobre a ordem, além de interessante e inovadora, poderia conferir um sinal muito forte de independência à vida da própria Ordem.
Tudo isso me foi passando pela cabeça enquanto me enfronhava na leitura dos curricula dos candidatos e espreitava as propostas desta singular tomada de posição.
Não voto, como já disse. Pela primeira vez, acaso a última (esperemos bem que não) tenho pena de o não poder fazer. É que seria a primeira vez em que a razão e o coração se dariam mãos. E apesar de um voto ser só um voto, e ter pois essa mínima relevância num universo eleitoral de muitos milhares, teria ao depositá-lo na urna esse pequeno acesso de paz interior e de dever cumprido. Teria obviamente votado no José António Barreiros e na sua quixotesca tentativa de trazer um pouco mais de claridade e de clareza a uma Ordem que bem precisa disso para poder continuar a representar uma profissão e uma função de indesmentível nobreza.
Fica pois e só um abraço de admiração a este grupo de ex-colegas inconformados. Tarde ou cedo terão razão. Bom seria que a tivessem já.
a ilustração: como não podia deixar de ser Honoré Daumier!
1 comentário:
Não é o candidato, é a candidatura a dizer: obrigado! Pelas palavras,sobretudo pelas ideias.
Um abraço
jab
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